domingo, 16 de junho de 2013

CORRIDA EU ATLETA

Doméstica e Gari ficam no pódio da Corrida EU ATLETA em São Paulo
A inscrição da prova, a R$ 45, atraiu pessoas de todas as classes sociais e reuniu na capital uma coleção de belas histórias neste domingo, no Ibirapuera
Quem vê a Maria Silvânia da Silva vencendo o percurso de 5 km da Corrida Eu Atleta SP deste domingo, imagina uma atleta profissional com preparador físico, treinador, nutricionista e muitas horas de descanso diário. Mas o voo dessa alagoana de Palmeiras dos Índios até a capital é comparável ao da conterrânea Marta, do futebol.
- Faz dez anos que vim pra São Paulo fugindo da pobreza e, graças a Deus, está dando tudo certo. Mas com muito esforço, sempre - contou a doméstica de 36 anos.
E põe esforço nisso. De segunda a sábado mora na casa da patroa, em Guarulhos, na grande São Paulo. Cuida de casa, roupa, louça e comida. Para conseguir treinar, tem que ser às 5h da manhã e é só a primeira sessão do dia.
- Treino duas vezes por dia no Bosque Maia, em Guarulhos mesmo. A primeira vez antes do sol nascer, e a outra, quando o sol está se pondo, antes de ir para a faculdade - contou a orgulhosa estudante de Educação Física, que fez os 5 km da prova em 18m24s.
O trabalho duro também forjou a garra do potiguar Orlando Dias de Lima, quinto colocado na prova de 10 km. Coletor de lixo, ele trabalhou das seis da tarde até meia-noite e não dormiu antes de vir para a Corrida EU ATLETA.
- Fiquei com medo de perder a hora e preferi vir direto. Quero voltar a correr na casa dos 3 minutos para vencer provas outra vez - contou Orlando, depois de fechar a prova em 33m29s.
Natural da pequena Japi, não voltou ao Rio Grande do Norte nem quando a mãe faleceu, há dois anos. Prometeu visitar os irmãos em outubro, depois de 15 anos.
- Lá trabalhava pesado o dia inteiro para ganhar R$ 3,50, aqui é melhor. Para quem tem preconceito com lixeiro, preciso dizer que vou pisar em Japi com muito orgulho por tudo que já consegui - finalizou.
Os vencedores da prova de 10 km foram José Uilton dos Santos, com o tempo de 31m18s, e Rosângela Silva, com 38m55s. Já nos 5 km, além de Maria Silvânia, quem levou a melhor no masculino foi Waldecir dos Santos, com 14m28s.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/corridas-e-eventos/corrida-eu-atleta/noticia/2013/06/domestica-e-gari-ficam-no-podio-da-corrida-eu-atleta-em-sao-paulo.html
Fotos: Mauro Horita

quarta-feira, 12 de junho de 2013

DOM QUIXOTE E SANCHO PANÇA REPRESENTADOS DE GARI E MORADOR DE RUA

Dom Quixote e Sancho Pança viram gari e morador de rua em espetáculo teatral
Será encenado hoje, às 20h, na Feira Central, em Campo Grande, o espetáculo “Quixote”, com os atores Alexandre Roit e Rodrigo Matheus, do Circo Mínimo, de São Paulo. A companhia mistura linguagem circense e teatral. A segunda sessão do espetáculo na cidade será amanhã (13), às 16h, na Praça Ary Coelho.
A peça é uma atualização dos textos originais de Cervantes. O roteiro contempla um contexto urbano e teatral, com elementos da cultura popular, técnicas circense, como malabares e acrobacia. A figura do palhaço não fica de fora.
No grupo, a encenação do clássico da literatura mundial ganhou uma versão contemporânea, mais popular. Os personagens principais aparecem de gari e morador de rua. Além do cômico, o drama ganha destaque.
Segundo material de divulgação, os dois homens “encontram a cumplicidade entre o delírio e a lucidez da própria condição humana, da luta entre o ser e a aparência, entre o ideal e o real”. A “loucura” dos moradores de rua é metaforizada em Quixote, que vê em Sancho Pança, o gari, seu fiel escudeiro.
Contemplada com o prêmio Myriam Muniz 2012, da Funart (Fundação Nacional de Artes), do Ministério da Cultura, a montagem deve chegar às principiais capitais das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do País. Em Campo Grande, o espetáculo tem produção local do Pontão de Cultura Guaicuru.
A peça – “Quixote” foi criado em 2005 para o SESC-SP como projeto itinerante da “Mostra de Arte Sesc 2005 – Mediterrâneo” e foi representado em 75 cidades do interior do Estado de São Paulo.
Em Outubro de 2006, o espetáculo ganhou uma versão em castelhano, que passou por 4 festivais internacionais na Argentina. A companhia também apresentou o espetáculo na Mostra Rio-São Paulo de Teatro de Rua, em Paraty, no Rio de Janeiro.
Foto: Elverson Cardozo

terça-feira, 4 de junho de 2013

BATERIA DA MOCIDADE PODE TER EX-GARI COMO RAINHA

Ana Pérola quer ser rainha de bateria da Mocidade
Ela foi gari, atriz e agora quer ser rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel. Ana Pérola, a Jéssica da série "Subúrbia", contou ao SRZD que está no páreo para ganhar o posto antes de Camila Silva, que deixou o cargo no último domingo, e porque deseja tanto estar a frente da bateria da verde e branca.
Amante do samba desde criança, Ana Pérola começou a frequentar as quadras acompanhada da tia até chegar à Mocidade, escola qual pertence há cinco anos. A agora atriz, aproveitou o tempo fora da telinha para investir no sonho de menina.
"É uma coisa apaixonante para mim. Eu não quero ser rainha de bateria por status, é uma coisa que sonhei desde criança", disse ela. "A rainha de bateria é muito mais que só sambar, ela faz com que as pessoas prestem atenção. E eu acho que está precisando de rainha de bateria que tem mais o estilo sambão", acrescenta Ana, que já está conversando com a Mocidade sobre o assunto.
Ana foi descoberta por um agente durante um horário de almoço enquanto era gari e seu único papel foi a funkeira Jéssica, que mudou a sua vida. Mas não ter emplacado na dramaturgia não abala a mulata que aproveita o tempo que tem dedicado ao samba também para se especializar.
"Eu aproveitei a minha oportunidade, mas estou me preparando melhor para não fazer nada de qualquer jeito. Então preciso conhecer mais, estudar, me aprofundar, para quando fazer outro papel, fazer legal", diz a atriz sobre não ter sido convidada para uma nova produção da "TV Globo".
Fazendo curso de teatro, Ana Pérola já foi convidada para atuar em uma produção, mas teve que recusar a proposta e espera que mais para frente consiga voltar a trabalhar como atriz, mas desta vez mais preparada.
"Eu não tenho pressa. Cada coisa tem o seu tempo. Deus vai me encaminhando pelo que ele acha que tem que ser. Eu faço algumas apresentações. Vou para Brasilia agora para um workshop sobre Subúrbia e sobre os subúrbios, o meio onde as pessoas vivem, estou com uma agência de moda também e vou gravar um comercial. Uma coisinha aqui outra ali, nada grande", conta ela.
Mas apesar de não caminhar a passos largos, Ana Pérola não está plenamente satisfeita com os pequenos trabalhos. Pouco a pouco, a atriz espera conseguir chegar em uma novela do horário nobre. E apesar da ambição, ela garante que a virada em sua vida, não mudou quem é. "Eu continuo sendo a mesma pessoa risonha, que fala com todo mundo, fala alto e não deixa de fazer nada porque as pessoas possam me ver um pouco diferente", finaliza.
Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/209215+ana+perola+quer+ser+rainha+de+bateria+da+mocidade por Thaiane Silveira

segunda-feira, 3 de junho de 2013

GARI QUE TRABALHA DE TERNO EM MINAS

'Terminado o serviço, é só alegria', diz gari que trabalha de terno em MG.
Com 26 anos de profissão, ele veste o traje social aos fins de semana. Além do terno, ele usa perfume para limpar as ruas de Cambuquira.
Seu Francisco Joaquim Ribeiro trabalha como gari da Prefeitura de Cambuquira (MG), mas seu uniforme é um pouco diferente: vaidoso, ele ajuda a manter as ruas da cidade limpas de terno e perfumado. O estilo único do Seu Francisco chama a atenção dos moradores e já tem funcionário até pensando em aderir ao uniforme original.
Com vassoura nas mãos e muito bom humor, Seu Francisco, de 58 anos, conta que trabalha há 26 anos como gari em Cambuquira, e a profissão o deixa cheio de orgulho. A dedicação ao trabalho é feita com carinho. “A gente chega de manhã e sabe os compromissos da gente. Já tem os trechos certos para a gente varrer”, conta ele.
Sempre dedicado, ele mesmo que faz seu principal instrumento de trabalho. “Eu mesmo que preparo minha vassourinha aqui. A gente vai lá e corta certo a cana da Índia, aí o tratorzinho vai lá e pega e a gente só amarra aqui na prefeitura”, explica ele como é feita a vassoura.
Seu Francisco trabalha com mais três colegas. De segunda a sexta, o traje é tradicional, mas nos fins de semana, o uniforme dá lugar a um completo conjunto social de terno e sapato. Ele explica: “Só final de semana, sábado e domingo, que aí, depois de terminado o serviço, é só alegria”, conta o gari.
O estilo social, claro, chama a atenção de todos que passam. “A primeira vez eu até estranhei, um senhor de terno e gravata, todo arrumado e varrendo a rua logo de manhã”, lembra o coordenador de recreação Marcos Celestino. “Mas agora a gente já está acostumado com ele aí. Ele é uma figura, uma pessoa maravilhosa”. O vigilante José Carlos Santos também admira o estilo do Seu Francisco. “Ele gosta e ele é assim mesmo. É divertido”, comenta.
Na casa do seu Francisco, o gari ‘estiloso’ faz questão de mostrar as opções que tem: várias calças, camisas e paletós. A escolha depende do dia e da ocasião. “Cada vez que eu vou sair, eu uso um diferente. Senão fica muito feio, é ruim ficar repetindo”, explica. Além do traje, o perfume é item essencial. “Perfume é tudo na minha vida, eu gosto de tomar banho, jogar perfume e sair cheiroso”, conta o gari.
E assim, perfumado, elegante, cheio de marra, é o seu Francisco. Tanto estilo, daqui uns tempos, quem sabe, será copiado pelos colegas de trabalho. “Mais pra frente pode ter alguém querendo seguir a minha carreira também (risos). A equipe, acho que iria ficar legal”, finaliza com senso de humor seu Francisco.
Fotos: Reprodução EPTV.

MURAL DO GARI