domingo, 25 de agosto de 2013

LIMPEZA E COLETA NAS COMUNIDADES DE MACEIÓ

Gari comunitário: limpeza e coleta nas comunidades de difícil acesso
A ocupação de encostas em regiões de difícil acesso figura entre as consequências do crescimento desordenado de Maceió. Por toda a cidade, há comunidades erguidas sobre barreiras e grotas cuja formação se constitui por entre becos, vielas e escadarias. Nelas, a dificuldade de acesso se configura como um problema quando o assunto é coleta de lixo.
Porém, graças à atuação dos chamados garis comunitários, a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) oferece os serviços de coleta e de limpeza para diversas grotas e comunidades de difícil acesso localizadas na capital.
O gari comunitário é um morador que é contratado para trabalhar no serviço de limpeza da própria comunidade em que reside. Atualmente, 43 deles atuam de segunda a sábado, em 19 comunidades de Maceió, como a Grota do Rafael, Grota Santa Helena, Sítio São Jorge, Alto da Boa Vista, Vila Goiabeira, Grota da Alegria, Piabas, Grota do Arroz, Conjunto Colibri, Grota do Moreira, Grota do Padre, Grota do Estrondo e Vale do Reginaldo, entre outras.
O trabalho consiste em recolher o lixo na porta das casas situadas em vielas, escadarias e outros pontos inacessíveis ao caminhão coletor e levar ao local indicado para que a coleta seja realizada pelos garis junto aos veículos. A rotina de atuação alterna dias de coleta domiciliar com dias de varrição, capinação e outros serviços de limpeza.
Agente da comunidade
Além de cuidar e preservar a limpeza, a presença do gari comunitário traz outros benefícios. “Nas regiões em que o gari atua, nós observamos certo disciplinamento da população em relação ao tratamento do lixo e da limpeza”, aponta Gustavo Novaes, superintendente da Slum. “Por ele ser um agente da própria comunidade e ter uma estreita relação com a população local, o gari comunitário tem a confiança e consegue manter esse viés de mão-dupla com os moradores em relação ao horário da coleta e à separação do lixo. A população o encara muito mais como um parceiro do que como um agente que vem esporadicamente no bairro coletar o lixo”, explica o gestor.
O crescimento urbano desordenado provoca a necessidade de avaliar continuamente as demandas da limpeza em comunidades de difícil acesso. Com o surgimento de novas localidades, a Slum estima que, atualmente, numa primeira análise, o número de 100 agentes formaria o efetivo ideal de garis comunitários. Por isso, a superintendência está analisando todas as situações e planejando a ampliação deste contingente específico.
“Em função do resultado muito positivo, a ideia é tentar ampliar, fazer ajustes e proporcionar uma melhor cobertura para todas estas áreas. Tanto para reforçar a ação nas grotas em que atuamos quanto para atender as comunidades em que ainda não estamos presentes”, finaliza o superintendente.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

GARI DÁ LIÇÃO NO DIA DOS PAIS

No dia dos pais, a lição foi de um gari
Confinada a uma rígida disciplina que envolve esteiras, supinos, múltiplos aparelhos de fisiculturismo e alunos que suam para se livrar das gordurinhas, a professora Patrícia é uma prestigiada personal trainer que atua desde o fim de noite até a madrugada na aconchegante Typ academia. No dia dos pais, ela teve uma ideia original: saiu pelos recantos da capital disposta a tirar fotos capazes de ilustrar momentos de afeição entre pais e filhos.
Mal podia deduzir que uma de suas imagens se firma como uma rara lição de vida e sabedoria. Disposto a fazer horas extras justamente no dia em que se prestam honras ao genitor, um zeloso gari vestiu seu pequeno filho com o uniforme da Comurg e os dois, felizes numa poética união, saíram brincando com sorriso farto a colher o lixo da cidade. Quanta honra, e quanta limpeza de caráter, no contraste de sujeira que se espalha sem nenhum pudor.
Este pai, numa das profissões mais simples da sociedade, se ergue na dignidade que falta em muitos figurões com diplomas e doutoramento. Ele não se acanha do que faz, e não se envergonharia se o filho lhe seguir os passos, porque certamente exerce a função com brio, com autoridade moral.
Muitos figurões carimbados, com suas gravatas francesas, ternos bem talhados protegidos nos gabinetes com ar-condicionado, no íntimo se envergonham ao ver seus rebentos seguirem a mesma carreira.
Alinhados numa babel de corrupção, jamais entenderiam que orgulho existe no lixeiro e seu aprendiz uniformizado. Os valores são outros. Eles entendem apenas o resultado das fraudes milionárias e a curtição das orgias materiais.
No entanto, mesmo que sejam donos de todo um Estado da Federação, à custa da miséria dos conterrâneos, que possam curtir resorts de luxo explorando infelizes nas maracutaias inconfessáveis, que viajem, nos mais desejados cinco estrelas do planeta, degustando manjares regados a vinhos raros, jamais vão alcançar o nirvana que fez brilhar a alma do gari no dia dos pais.
Uma bela lição aos que, por uma razão ou outra, acham que suas atividades não são adequadas aos herdeiros. Muitos chegam a dizer que fazem tudo para que seus filhos não se arrastem na mesma profissão. Deviam se preocupar, isso sim, se os rebentos vão atuar com ética e valores cristãos. O resto é apenas isso... resto.
Fonte: Diário da Manhã - http://www.dm.com.br/texto/137177-no-dia-dos-pais-a-liaao-foi-de-um-gari - Por Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário - rosenwal@rrassessoria.com / Twitter: @rosenwalF / facebook/jornalistarosenwal - Imagem: Patrícia (citada pelo jornalista). Goiânia-GO

sábado, 3 de agosto de 2013

TEATRO SOBRE GARIS EM BONITO

Teatro circense sobre garis junta crianças e adultos no Festival de Inverno
No meio da calçada, crianças e adultos se juntaram para apreciar a apresentação que aconteceu na tarde desta sexta-feira (2) em frente do Mercado Mundo Mix.
O espetáculo de circo-teatro "Garis Muccioloco", com os atores Pedro Muccioloco e Luka Lanchity, misturam comédia de palhaços – no caso uma dupla de garis de São Paulo – com acrobacias circenses, magia e malabarismos.
Na peça, Pedro e Luka são dois garis que sonham em se tornar famosos com seu "Show da Varrição", com suas vassouras e carrinho de lixo. Criam uma "plateia imaginária" – a própria plateia – e divertiram a todos que estiveram presentes na entrada do mercado, na Av. Pillad Rebuá.
"A ideia de utilizar o gari como tema central do espetáculo é a de se misturar ao público. Eles são pessoas invisíveis à sociedade, invertendo essa lógica durante a apresentação de circo-teatro", disse Pedro Muccioloco. Já o ator Luka Lanchity adiciona que "a peça é para ser nas ruas, como seria com um gari. O público gosta, eles se aglomeram".
Durante quase uma hora, os dois "garis" realmente se confundiram com a plateia e fizeram uma algazarra. Cantaram, dançaram, pularam, brincaram de malabaris, imitaram palhaços, conversaram com as pessoas, fizeram piadas, enfim, propuseram no decorrer do espetáculo uma surpresa e uma diversão às pessoas do Festival de Inverno de Bonito.
A mãe de dois filhos Marja (30) trouxe seus pequenos justamente por causa do teatro. "Soube pela programação oficial. Adorei o espetáculo, principalmente porque atendeu todas as faixas etárias, desde mim e até meus filhos".
Imagens: Raul Delvizio

MURAL DO GARI