segunda-feira, 3 de junho de 2013

GARI QUE TRABALHA DE TERNO EM MINAS

'Terminado o serviço, é só alegria', diz gari que trabalha de terno em MG.
Com 26 anos de profissão, ele veste o traje social aos fins de semana. Além do terno, ele usa perfume para limpar as ruas de Cambuquira.
Seu Francisco Joaquim Ribeiro trabalha como gari da Prefeitura de Cambuquira (MG), mas seu uniforme é um pouco diferente: vaidoso, ele ajuda a manter as ruas da cidade limpas de terno e perfumado. O estilo único do Seu Francisco chama a atenção dos moradores e já tem funcionário até pensando em aderir ao uniforme original.
Com vassoura nas mãos e muito bom humor, Seu Francisco, de 58 anos, conta que trabalha há 26 anos como gari em Cambuquira, e a profissão o deixa cheio de orgulho. A dedicação ao trabalho é feita com carinho. “A gente chega de manhã e sabe os compromissos da gente. Já tem os trechos certos para a gente varrer”, conta ele.
Sempre dedicado, ele mesmo que faz seu principal instrumento de trabalho. “Eu mesmo que preparo minha vassourinha aqui. A gente vai lá e corta certo a cana da Índia, aí o tratorzinho vai lá e pega e a gente só amarra aqui na prefeitura”, explica ele como é feita a vassoura.
Seu Francisco trabalha com mais três colegas. De segunda a sexta, o traje é tradicional, mas nos fins de semana, o uniforme dá lugar a um completo conjunto social de terno e sapato. Ele explica: “Só final de semana, sábado e domingo, que aí, depois de terminado o serviço, é só alegria”, conta o gari.
O estilo social, claro, chama a atenção de todos que passam. “A primeira vez eu até estranhei, um senhor de terno e gravata, todo arrumado e varrendo a rua logo de manhã”, lembra o coordenador de recreação Marcos Celestino. “Mas agora a gente já está acostumado com ele aí. Ele é uma figura, uma pessoa maravilhosa”. O vigilante José Carlos Santos também admira o estilo do Seu Francisco. “Ele gosta e ele é assim mesmo. É divertido”, comenta.
Na casa do seu Francisco, o gari ‘estiloso’ faz questão de mostrar as opções que tem: várias calças, camisas e paletós. A escolha depende do dia e da ocasião. “Cada vez que eu vou sair, eu uso um diferente. Senão fica muito feio, é ruim ficar repetindo”, explica. Além do traje, o perfume é item essencial. “Perfume é tudo na minha vida, eu gosto de tomar banho, jogar perfume e sair cheiroso”, conta o gari.
E assim, perfumado, elegante, cheio de marra, é o seu Francisco. Tanto estilo, daqui uns tempos, quem sabe, será copiado pelos colegas de trabalho. “Mais pra frente pode ter alguém querendo seguir a minha carreira também (risos). A equipe, acho que iria ficar legal”, finaliza com senso de humor seu Francisco.
Fotos: Reprodução EPTV.

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MURAL DO GARI