terça-feira, 8 de outubro de 2013

LIXO DE FEIRA VIRA ADUBO ORGÂNICO

Lixo de feira começa a virar adubo na capital
Prefeitura projeta tirar dos aterros 62 mil toneladas de resíduos orgânicos por ano
Numa jornada que começa pelos braços do gari Eduardo Silva, de 48 anos, o Hulk, os restos de frutas e verduras começam a virar adubo em São Paulo. Há dois meses, o lixo orgânico que ele recolhe na feira de São Mateus, na zona leste, deixou de viajar até o aterro sanitário na divisa com Guarulhos para ser compostado no próprio bairro.
Trata-se de um projeto piloto que a Prefeitura quer levar às 900 feiras semanais da capital, uma das metas da gestão Fernando Haddad (PT), para retirar cerca de 62 mil toneladas de lixo por ano dos aterros, onde o processo de decomposição dos resíduos provoca 20 vezes mais efeito estufa.
"Hoje, 53% do lixo coletado na cidade é orgânico e nós não fazemos nada para aproveitá-lo. Nas feiras, quase tudo que é descartado pode virar composto e dar vida ao solo em vez de ir para o aterro e produzir gás metano", disse a agrônoma Lúcia Salles França Pinto, coordenadora do projeto. A ideia é que em breve podas de árvores também sejam compostadas.
Segundo o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, quatro centrais de compostagem serão criadas na cidade até 2016. Cada uma deve custar cerca de R$ 500 mil por mês, valor equivalente ao que a Prefeitura paga hoje para enterrar o lixo das feiras no aterro.
"Vamos construir um cardápio de soluções de coleta e tratamento de resíduos, ajudar pequenos produtores rurais com insumos, diminuir o lixo transportado e aumentar a vida útil dos aterros", disse Simão Pedro, que estima uma economia de 30% na limpeza das feiras.
Na rua. Na feira da Rua Ursa Menor, em São Mateus, o projeto tem contado com a ajuda dos feirantes, que já descartam os restos de frutas e verduras nas caixas ou caçambas que irão para a compostagem, reduzindo o lixo acumulado no chão. "Agora, se chover fica mais difícil de o lixo descer a rua e entupir os bueiros", contou Hulk, apelido do gari Eduardo, que trabalha há 19 anos na feira livre.
Dos oito garis que varrem cada feira, a Prefeitura pretende transformar dois em agentes ambientais. Serão eles que vão acompanhar a coleta das caçambas, o transporte até a central de compostagem e a montagem das leiras, onde resíduos orgânicos são misturados às serragens para virar composto.
No caso de São Mateus, o adubo é feito num terreno vizinho ao prédio da subprefeitura, que estava abandonado. Segundo Lúcia, o espaço comporta o lixo de até seis das 38 feiras de São Mateus. "Outras quatro subprefeituras já nos procuraram interessadas em fazer a compostagem. Com isso, os caminhões vão andar menos pela cidade", afirmou.
Fonte: Fábio Leite - O Estado de S.Paulo

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

MAIS BELA GARI MOBILIZA 43 CANDIDATAS

Concurso Mais Bela Gari mobiliza 43 candidatas em Porto Alegre
Na quarta-feira, foi o primeiro encontro geral das finalistas. Vencedora ganhará muitos prêmios
No dia 9 de novembro, no Ginásio Tesourinha, 43 mulheres trocarão o uniforme laranja pelo vestido de festa. Os cabelos presos, sob o boné, darão espaço a um penteado, que evidenciará o rosto maquiado.
No lugar das ruas da Capital, trabalhadoras que atuam na varrição, na capina e na manutenção dos banheiros públicos terão uma passarela para caminhar no concurso que escolherá a Mais Bela Gari de Porto Alegre.
Para buscar a vitória, as candidatas terão de mostrar o mesmo carisma e simpatia com que desempenham suas atividades para deixar a cidade limpa.
Evento para todas as idades
Ontem, no DMLU, elas participaram de um ensaio, o primeiro compromisso até a final. As candidatas, com idades entre 18 e 60 anos, também receberam a camiseta do concurso e um conjunto de colar, brincos e pulseira, doados por funcionárias de uma loja de acessórios.
- Queremos a gari com aquele brilho nos olhos - destaca o Rei Momo Fábio Verçoza, idealizador e coordenador do concurso.
Fábio explica que a beleza será avaliada pelos jurados, mas não será determinante. Entre as missões da vencedora estará fazer presença em eventos culturais e ações colaborativas, como ajudar na distribuição de sopão nas capatazias.
Gari desde 1991, Maria Sirley dos Santos, 59 anos, vive a expectativa:
- A mãe acorda todo dia uma hora mais cedo por causa da ansiedade. Estamos adorando - contou a atendente de berçário Elisângela dos Santos Oliveira.
Maria emenda:
- No desfile, serei eu mesma, carismática, simpática e alegre.
Uma das mais jovens, a gari Jéssica Vieira Figueiró, 18 anos, foi incentivada pelo marido, Roger, 23 anos, que também é colega de profissão.
- Ele disse "vai, amor, participa, quero te ver ganhar". Estou adorando.
O concurso é uma iniciativa da Secretaria de Cultura e DMLU.
Saiba mais
- Foram inscritas 119 mulheres no concurso. Elas participaram das semifinais nas nove seções do DMLU. Da grande final, participarão 43 candidatas. Além da Mais Bela Gari serão escolhidas duas princesas e a Miss Simpatia, eleita pelas candidatas.
- A vencedora vai ganhar uma viagem para Gramado com acompanhante, R$ 1 mil em dinheiro, uma tevê, cursos de Inglês, Informática e Gastronomia, roupa, produtos de beleza, uma fantasia para desfilar no Carnaval de Porto Alegre 2014, entre outros prêmios. Ao final do concurso, a vencedora sairá do ginásio de limusine direto para a suíte presidencial do City Hotel, onde terá uma noite de rainha.
- As princesas vão ganhar uma viagem com acompanhante para Gramado e R$ 500 cada uma, além dos cursos. A Miss Simpatia ganhará a viagem com acompanhante para Gramado e os cursos.
- A final será no Ginásio Tesourinha, no dia 9 de novembro, às 17h. A entrada é franca e o público é convidado a doar um brinquedo para o Natal.
Agenda das candidatas
- Sábado: coquetel e baile no Jóquei Club. Para as candidatas, a entrada é gratuita. Demais pagam R$ 8 (antecipado) e R$ 10 (na hora).
- Dia 17/10, às 15h: passeio no Linha Turismo, roteiro Zona Sul.
- Dia 23/10, às 15h: passeio no barco Cisne Branco
- Dia 26/10: seminário sobre saúde da mulher, com a doutora Nêmora Mendes, automaquiagem e beleza, no City Hotel, às 9h.
- Quem quiser apadrinhar alguma candidata pode entrar em contato pelo e-mail cortecarnaval@gmail.com ou pelo telefone 3289-8034.
Foto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS

domingo, 29 de setembro de 2013

EX-GARI DA SHOW DE SALTOS COM MOTO

Ex-gari e ajudante de pedreiro faz sucesso em festival de saltos em motos
Quem vê o piloto Jonis Grigollo, 28 anos, no alto do pódio da categoria de acesso do Freestyle Motocross (FMX) no Jump Festival jamais conseguiria imaginar o caminho percorrido por este gaúcho de Tapejara, cidade a 324 km de Porto Alegre (RS), até o estacionamento do Shopping Tamboré, em Barueri (SP), onde acontece o festival, maior evento de esportes radicais do Brasil.
Pela primeira vez competindo no Brasil, Grigollo percorreu um caminho pedregoso antes de dar show na pista do FMX Acesso e conquistar o troféu de primeiro lugar com a incrível nota de 262,67 pontos (com direito a melhor manobra) contra 193,67 de Daniel Boy, o segundo colocado, e Marcelo Bellotinho, que completou o "top 3".
"Morei muito tempo fora e encontrei muita dificuldade na Itália, antes de voltar para o Brasil. Dormi na rua lá, trabalhei como lixeiro, gari, entregador de jornal, pedreiro e soldador, sempre com a certeza da paixão pelo FMX e a consciência de que sou igual a todos e poderia competir", comenta o vencedor, que dá ao ex-piloto Luis Roberto Marcon, atualmente seu técnico, os créditos pela carreira, que já começou bem.
"Ele me ensinou tudo, as manobras, me deu a moto quando parou de andar e, dali para frente, foi só me dedicar e não olhar para os problemas, sempre focado em andar. Minha família tinha medo que eu participasse, mas acredito que meu pai ficará muito orgulhoso quando souber. Percorri 1.500 km sozinho, preocupado e com muito medo, só para andar de moto e conhecer, mas deu tudo certo", revela, falando sobre a viagem de Tapejara a Barueri, na Grande São Paulo.
Coordenador técnico do FMX, o atual líder do ranking e campeão brasileiro entre os profissionais, Fred Kyrillos, celebrou o sucesso da modalidade. "É uma categoria muito importante, a base do esporte. Foi um pouco difícil o início, mas os próprios pilotos mereceram e não tivemos nenhum acidente. Do meu ponto de vista, é um evento fundamental. Se existisse uma categoria como essa na minha época (de novato), o esporte estaria em outro nível. E chegará lá", analisa. Pelo sorriso de Grigollo, Kyrillos pode se considerar com a missão cumprida.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA

Fórum de Gestão Ambiental aborda uso sustentável da água
O Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano – INDSH promove nos dias 19 e 20 de setembro o I Fórum de Gestão Ambiental em Saúde da América Latina, com o tema central: “Recurso Água”.
O objetivo do evento é reunir especialistas renomados do Brasil e América Latina para discutirem questões como o impacto ambiental causado pelos serviços de saúde, os processos operacionais que permitem o gerenciamento dos recursos naturais e a importância da gestão ambiental nesses serviços.
A água está presente em praticamente todos os processos operacionais ou produtivos da área de saúde e hospitalar, seja de forma direta ou indireta. No caso de hospitais, a água está presente nos serviços de processamento de roupas, na higienização de materiais, equipamentos e instalações, no preparo dos alimentos e em procedimentos delicados como hemodiálise.
O evento será realizado no Hotel Radisson, em Belém, Pará, e é destinado a profissionais de saúde, bem como a profissionais que atuam nesse segmento, como engenheiros, arquitetos, ecologistas e autoridades da área de saúde e meio ambiente.
Entre os temas da programação científica, destacam-se:
• Inventário de gases de efeito estufa na saúde;
• Licenciamento em Instituições Hospitalares;
• Política Nacional de Resíduos Sólidos de Saúde;
• ISSO 14001 em Instituições Hospitalares e de Saúde;
• Saneamento Ambiental;
• Gestão Ambiental em Instituições Hospitalares e de Saúde.
Informações e Inscrições pelo site: www.forumdegestaoambientalemsaude.com
Fonte: INDSH

sábado, 7 de setembro de 2013

EX-GARI COM VOZ DE OURO

Ex-gari com voz de ouro perdeu emprego e carreira musical não decolou
Sem o trabalho, baiana Ana Lícia vai encarar a profissão de garçonete para se livrar das dívidas, mas não desistiu de cantar profissionalmente
Dona de uma voz de ouro, Ana Lícia trabalhava com gari na Praia do Forte, na Bahia, e varria as ruas enquanto cantava. Descoberta por um amigo músico, ela começou a cantar com ele em um bar. “Ele já tinha me ouvido e me convidou. Eu varria cantando, as pessoas passavam, me elogiavam e eu me empolgava ainda mais”, lembrou ela no Encontro desta sexta-feira, dia 6.
Durante um tempo, ela tentou conciliar os dois trabalhos, mas seu chefe não permitiu que ela continuasse com a vida dupla. Ana Lícia escolheu seguir na música. “Ele pediu para escolher entre a música e o trabalho. E eu decidi cantar. Falei: ‘Vou investir, já que todo mundo fala que eu canto bem’”.
A morena não teve muito sucesso na escolha. Sem emprego e cheia de dívidas, Ana Lícia vai começar a trabalhar como garçonete. Mas, arretada como toda baiana, ela ainda não desistiu da música. No palco do Encontro, ela mostrou todo o seu talento cantando “Final Feliz”. Confira no vídeo!

Fonte: TVG Globo

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

GENTE QUE LIMPA

Comlurb cria programa Gente que Limpa
A Comlurb implanta a partir desta sexta-feira (6/09), na sede da companhia, o programa Gente que Limpa, com a participação de 147 voluntários da área administrativa.
O objetivo é adotar medidas para modernizar seus serviços, integrando ações e desenvolver, junto com uma cultura voltada para operação e inovação, uma estrutura organizacional moderna em todas as suas áreas de atuação. Além disso, serão oferecidos aos funcionários visitas às gerências operacionais para acompanhar e participar de uma ação de limpeza nos logradouros públicos.
Os empregados serão estimulados a construir novas ideias, novas soluções e buscar inovações que possam fazer com que a companhia tenha um crescimento ainda maior, o que garantirá uma melhoria produtiva, mais eficiência, modernidade na mecânica operacional e entender melhor as demandas da operação e do cidadão, nosso principal cliente.
Durante meio dia de trabalho, 147 funcionários dos quadros administrativos que se apresentaram voluntariamente farão visitas às dez gerências operacionais, onde tomarão o café da manhã com os garis. Em seguida receberão um briefing de instruções operacionais do Gerente da Unidade e seguirão para as ruas para acompanhar e participar de atividades de varrição e coleta. Depois da operação, os voluntários vão retornar à sede da Comlurb e serão recebidos pelo presidente e diretores, para quem vão expor os aspectos que considerarem relevantes, para a implementação de melhorias das atividades operacionais. Neste dia, preencherão um formulário de avaliação da ação.
QUEM SÃO OS GARIS?
Garis, homens e mulheres anônimos, que passam o dia retirando das ruas, lixo, entulho, além da capina e roçada do mato que cresce junto ao meio fio. Compenetrados, cabeças baixas, tentando esconder-se dos olhares de pessoas que passam, atentos ao que estão fazendo em benefício de uma cidade mais limpa, eles enfrentam intempéries, cães ferozes, perigos de contaminação com cortes de cacos de vidros, contaminações do lixo hospitalar e outros tipos de situações desagradáveis.
Não é tarefa fácil correr oito horas de dia ou de noite, no sol ou na chuva, atrás de um caminhão coletor de lixo. Em média, o gari da coleta domiciliar, suspende diariamente, nada menos que duas toneladas de sacos de lixo para despejar na caçamba do caminhão.
No corte de grama, o gari utiliza um equipamento que pesa seis quilos. Ele tem que manter a ferramenta suspensa, sem encostá-la no chão, fazendo a lâmina atingir apenas a grama.
Para a ceifagem, ele movimenta o corpo de um lado para o outro. Com 60 movimentos por minuto, a cada hora, o gari gira 3.600 vezes para lá e para cá. Isso equivale a 60 abdominais diagonais por minuto.
Na varrição das ruas calculando, por exemplo, 72 vassouradas a cada 60 segundos, com cinco minutos por hora de descanso, o gari, com uma jornada de sete horas, faz um total de 27.720 vassouradas.
Os garis são os profissionais da limpeza que recolhem o lixo das residências além de varrer ruas, praças e parques. Também capinam a grama, lavam e desinfetam vias públicas. Em seu lugar, as máquinas não têm a mesma eficiência. Apesar de imprescindíveis para a manutenção da limpeza da cidade, o gari quase sempre passa despercebido nas ruas.
Conceitos das principais atividades desenvolvidas na limpeza urbana e preservação do meio ambiente:
Varrição: Limpeza dos logradouros públicos. É executado de forma individual cabendo ao varredor, além da varrição, o esvaziamento das caixas coletoras de papéis (papeleiras), a capina do mato, raspagem de terra e a limpeza dos ralos do seu roteiro.
Coleta Domiciliar: Remoção dos resíduos devidamente acondicionados e dispostos no logradouro, mediante o uso de veículos apropriados. É a coleta regular dos resíduos gerados nas atividades diárias nas residências que são constituídos por resíduos orgânicos e não recicláveis.
Cada cidadão precisa se sentir agente responsável pela preservação da sua cidade. O hábito de sujar e de não limpar continua parecendo intacto. Numa grande cidade qualquer objeto jogado na rua acaba totalizando toneladas de sujeira, capaz de entupir bueiros e provocar enchentes.
Fonte: Diário Democrático - http://diariodemocratico.com.br/rio-de-janeiro/9584 - Rio de Janeiro/RJ
Imagem: Ascom/Prefeitura do Rio

CONCURSO A MAIS BELA GARI DE PORTO ALEGRE/RS

Projeto cultural vai eleger a mais bela gari de Porto Alegre
Vencedora do concurso participará de atividades para promover conscientização sobre lixo
A prefeitura, por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), abriu nesta terça-feira as inscrições para o 1º Concurso “A mais Bela Gari de Porto Alegre”. No primeiro dia, foram realizadas 50 inscrições. Além de valorizar as mulheres, conforme a prefeitura, a iniciativa servirá para aproximar o departamento da sociedade.
A eleita irá, ao longo de um ano, a contar da data da coroação, participar de eventos colaborativos e culturais, de ações de sensibilização para coibir focos de lixo, ajudar nas ações de mobilização interna e externa, além de representar o DMLU no Carnaval de Porto Alegre 2014. A escolha da mais bela levará em conta não apenas a beleza da candidata, mas também sua atuação na sociedade e seu carisma.
As inscrições vão até 13 de setembro e deverão ser feitas diretamente em uma das nove Seções do DMLU. A candidata deve procurar a seção a que está vinculada. Ao todo, 27 candidatas poderão concorrer na final, sendo três de cada seção. A primeira etapa de seleção ocorrerá de 14 a 26 de setembro. A grande final será em novembro, quando serão eleitas a rainha, duas princesas e uma quarta colocada, escolhida pelas colegas do concurso. A iniciativa conta com o apoio do Projeto Vó Chica, que oferece oficinas de percussão, teatro e noções de informática a crianças da Vila Safira.
Fonte: Correio do Povo - http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/?Noticia=506862 - Porto Alegre/RS
Imagem: PMPA/Divulgação CP

domingo, 25 de agosto de 2013

LIMPEZA E COLETA NAS COMUNIDADES DE MACEIÓ

Gari comunitário: limpeza e coleta nas comunidades de difícil acesso
A ocupação de encostas em regiões de difícil acesso figura entre as consequências do crescimento desordenado de Maceió. Por toda a cidade, há comunidades erguidas sobre barreiras e grotas cuja formação se constitui por entre becos, vielas e escadarias. Nelas, a dificuldade de acesso se configura como um problema quando o assunto é coleta de lixo.
Porém, graças à atuação dos chamados garis comunitários, a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) oferece os serviços de coleta e de limpeza para diversas grotas e comunidades de difícil acesso localizadas na capital.
O gari comunitário é um morador que é contratado para trabalhar no serviço de limpeza da própria comunidade em que reside. Atualmente, 43 deles atuam de segunda a sábado, em 19 comunidades de Maceió, como a Grota do Rafael, Grota Santa Helena, Sítio São Jorge, Alto da Boa Vista, Vila Goiabeira, Grota da Alegria, Piabas, Grota do Arroz, Conjunto Colibri, Grota do Moreira, Grota do Padre, Grota do Estrondo e Vale do Reginaldo, entre outras.
O trabalho consiste em recolher o lixo na porta das casas situadas em vielas, escadarias e outros pontos inacessíveis ao caminhão coletor e levar ao local indicado para que a coleta seja realizada pelos garis junto aos veículos. A rotina de atuação alterna dias de coleta domiciliar com dias de varrição, capinação e outros serviços de limpeza.
Agente da comunidade
Além de cuidar e preservar a limpeza, a presença do gari comunitário traz outros benefícios. “Nas regiões em que o gari atua, nós observamos certo disciplinamento da população em relação ao tratamento do lixo e da limpeza”, aponta Gustavo Novaes, superintendente da Slum. “Por ele ser um agente da própria comunidade e ter uma estreita relação com a população local, o gari comunitário tem a confiança e consegue manter esse viés de mão-dupla com os moradores em relação ao horário da coleta e à separação do lixo. A população o encara muito mais como um parceiro do que como um agente que vem esporadicamente no bairro coletar o lixo”, explica o gestor.
O crescimento urbano desordenado provoca a necessidade de avaliar continuamente as demandas da limpeza em comunidades de difícil acesso. Com o surgimento de novas localidades, a Slum estima que, atualmente, numa primeira análise, o número de 100 agentes formaria o efetivo ideal de garis comunitários. Por isso, a superintendência está analisando todas as situações e planejando a ampliação deste contingente específico.
“Em função do resultado muito positivo, a ideia é tentar ampliar, fazer ajustes e proporcionar uma melhor cobertura para todas estas áreas. Tanto para reforçar a ação nas grotas em que atuamos quanto para atender as comunidades em que ainda não estamos presentes”, finaliza o superintendente.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

GARI DÁ LIÇÃO NO DIA DOS PAIS

No dia dos pais, a lição foi de um gari
Confinada a uma rígida disciplina que envolve esteiras, supinos, múltiplos aparelhos de fisiculturismo e alunos que suam para se livrar das gordurinhas, a professora Patrícia é uma prestigiada personal trainer que atua desde o fim de noite até a madrugada na aconchegante Typ academia. No dia dos pais, ela teve uma ideia original: saiu pelos recantos da capital disposta a tirar fotos capazes de ilustrar momentos de afeição entre pais e filhos.
Mal podia deduzir que uma de suas imagens se firma como uma rara lição de vida e sabedoria. Disposto a fazer horas extras justamente no dia em que se prestam honras ao genitor, um zeloso gari vestiu seu pequeno filho com o uniforme da Comurg e os dois, felizes numa poética união, saíram brincando com sorriso farto a colher o lixo da cidade. Quanta honra, e quanta limpeza de caráter, no contraste de sujeira que se espalha sem nenhum pudor.
Este pai, numa das profissões mais simples da sociedade, se ergue na dignidade que falta em muitos figurões com diplomas e doutoramento. Ele não se acanha do que faz, e não se envergonharia se o filho lhe seguir os passos, porque certamente exerce a função com brio, com autoridade moral.
Muitos figurões carimbados, com suas gravatas francesas, ternos bem talhados protegidos nos gabinetes com ar-condicionado, no íntimo se envergonham ao ver seus rebentos seguirem a mesma carreira.
Alinhados numa babel de corrupção, jamais entenderiam que orgulho existe no lixeiro e seu aprendiz uniformizado. Os valores são outros. Eles entendem apenas o resultado das fraudes milionárias e a curtição das orgias materiais.
No entanto, mesmo que sejam donos de todo um Estado da Federação, à custa da miséria dos conterrâneos, que possam curtir resorts de luxo explorando infelizes nas maracutaias inconfessáveis, que viajem, nos mais desejados cinco estrelas do planeta, degustando manjares regados a vinhos raros, jamais vão alcançar o nirvana que fez brilhar a alma do gari no dia dos pais.
Uma bela lição aos que, por uma razão ou outra, acham que suas atividades não são adequadas aos herdeiros. Muitos chegam a dizer que fazem tudo para que seus filhos não se arrastem na mesma profissão. Deviam se preocupar, isso sim, se os rebentos vão atuar com ética e valores cristãos. O resto é apenas isso... resto.
Fonte: Diário da Manhã - http://www.dm.com.br/texto/137177-no-dia-dos-pais-a-liaao-foi-de-um-gari - Por Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário - rosenwal@rrassessoria.com / Twitter: @rosenwalF / facebook/jornalistarosenwal - Imagem: Patrícia (citada pelo jornalista). Goiânia-GO

sábado, 3 de agosto de 2013

TEATRO SOBRE GARIS EM BONITO

Teatro circense sobre garis junta crianças e adultos no Festival de Inverno
No meio da calçada, crianças e adultos se juntaram para apreciar a apresentação que aconteceu na tarde desta sexta-feira (2) em frente do Mercado Mundo Mix.
O espetáculo de circo-teatro "Garis Muccioloco", com os atores Pedro Muccioloco e Luka Lanchity, misturam comédia de palhaços – no caso uma dupla de garis de São Paulo – com acrobacias circenses, magia e malabarismos.
Na peça, Pedro e Luka são dois garis que sonham em se tornar famosos com seu "Show da Varrição", com suas vassouras e carrinho de lixo. Criam uma "plateia imaginária" – a própria plateia – e divertiram a todos que estiveram presentes na entrada do mercado, na Av. Pillad Rebuá.
"A ideia de utilizar o gari como tema central do espetáculo é a de se misturar ao público. Eles são pessoas invisíveis à sociedade, invertendo essa lógica durante a apresentação de circo-teatro", disse Pedro Muccioloco. Já o ator Luka Lanchity adiciona que "a peça é para ser nas ruas, como seria com um gari. O público gosta, eles se aglomeram".
Durante quase uma hora, os dois "garis" realmente se confundiram com a plateia e fizeram uma algazarra. Cantaram, dançaram, pularam, brincaram de malabaris, imitaram palhaços, conversaram com as pessoas, fizeram piadas, enfim, propuseram no decorrer do espetáculo uma surpresa e uma diversão às pessoas do Festival de Inverno de Bonito.
A mãe de dois filhos Marja (30) trouxe seus pequenos justamente por causa do teatro. "Soube pela programação oficial. Adorei o espetáculo, principalmente porque atendeu todas as faixas etárias, desde mim e até meus filhos".
Imagens: Raul Delvizio

domingo, 16 de junho de 2013

CORRIDA EU ATLETA

Doméstica e Gari ficam no pódio da Corrida EU ATLETA em São Paulo
A inscrição da prova, a R$ 45, atraiu pessoas de todas as classes sociais e reuniu na capital uma coleção de belas histórias neste domingo, no Ibirapuera
Quem vê a Maria Silvânia da Silva vencendo o percurso de 5 km da Corrida Eu Atleta SP deste domingo, imagina uma atleta profissional com preparador físico, treinador, nutricionista e muitas horas de descanso diário. Mas o voo dessa alagoana de Palmeiras dos Índios até a capital é comparável ao da conterrânea Marta, do futebol.
- Faz dez anos que vim pra São Paulo fugindo da pobreza e, graças a Deus, está dando tudo certo. Mas com muito esforço, sempre - contou a doméstica de 36 anos.
E põe esforço nisso. De segunda a sábado mora na casa da patroa, em Guarulhos, na grande São Paulo. Cuida de casa, roupa, louça e comida. Para conseguir treinar, tem que ser às 5h da manhã e é só a primeira sessão do dia.
- Treino duas vezes por dia no Bosque Maia, em Guarulhos mesmo. A primeira vez antes do sol nascer, e a outra, quando o sol está se pondo, antes de ir para a faculdade - contou a orgulhosa estudante de Educação Física, que fez os 5 km da prova em 18m24s.
O trabalho duro também forjou a garra do potiguar Orlando Dias de Lima, quinto colocado na prova de 10 km. Coletor de lixo, ele trabalhou das seis da tarde até meia-noite e não dormiu antes de vir para a Corrida EU ATLETA.
- Fiquei com medo de perder a hora e preferi vir direto. Quero voltar a correr na casa dos 3 minutos para vencer provas outra vez - contou Orlando, depois de fechar a prova em 33m29s.
Natural da pequena Japi, não voltou ao Rio Grande do Norte nem quando a mãe faleceu, há dois anos. Prometeu visitar os irmãos em outubro, depois de 15 anos.
- Lá trabalhava pesado o dia inteiro para ganhar R$ 3,50, aqui é melhor. Para quem tem preconceito com lixeiro, preciso dizer que vou pisar em Japi com muito orgulho por tudo que já consegui - finalizou.
Os vencedores da prova de 10 km foram José Uilton dos Santos, com o tempo de 31m18s, e Rosângela Silva, com 38m55s. Já nos 5 km, além de Maria Silvânia, quem levou a melhor no masculino foi Waldecir dos Santos, com 14m28s.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/corridas-e-eventos/corrida-eu-atleta/noticia/2013/06/domestica-e-gari-ficam-no-podio-da-corrida-eu-atleta-em-sao-paulo.html
Fotos: Mauro Horita

quarta-feira, 12 de junho de 2013

DOM QUIXOTE E SANCHO PANÇA REPRESENTADOS DE GARI E MORADOR DE RUA

Dom Quixote e Sancho Pança viram gari e morador de rua em espetáculo teatral
Será encenado hoje, às 20h, na Feira Central, em Campo Grande, o espetáculo “Quixote”, com os atores Alexandre Roit e Rodrigo Matheus, do Circo Mínimo, de São Paulo. A companhia mistura linguagem circense e teatral. A segunda sessão do espetáculo na cidade será amanhã (13), às 16h, na Praça Ary Coelho.
A peça é uma atualização dos textos originais de Cervantes. O roteiro contempla um contexto urbano e teatral, com elementos da cultura popular, técnicas circense, como malabares e acrobacia. A figura do palhaço não fica de fora.
No grupo, a encenação do clássico da literatura mundial ganhou uma versão contemporânea, mais popular. Os personagens principais aparecem de gari e morador de rua. Além do cômico, o drama ganha destaque.
Segundo material de divulgação, os dois homens “encontram a cumplicidade entre o delírio e a lucidez da própria condição humana, da luta entre o ser e a aparência, entre o ideal e o real”. A “loucura” dos moradores de rua é metaforizada em Quixote, que vê em Sancho Pança, o gari, seu fiel escudeiro.
Contemplada com o prêmio Myriam Muniz 2012, da Funart (Fundação Nacional de Artes), do Ministério da Cultura, a montagem deve chegar às principiais capitais das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do País. Em Campo Grande, o espetáculo tem produção local do Pontão de Cultura Guaicuru.
A peça – “Quixote” foi criado em 2005 para o SESC-SP como projeto itinerante da “Mostra de Arte Sesc 2005 – Mediterrâneo” e foi representado em 75 cidades do interior do Estado de São Paulo.
Em Outubro de 2006, o espetáculo ganhou uma versão em castelhano, que passou por 4 festivais internacionais na Argentina. A companhia também apresentou o espetáculo na Mostra Rio-São Paulo de Teatro de Rua, em Paraty, no Rio de Janeiro.
Foto: Elverson Cardozo

terça-feira, 4 de junho de 2013

BATERIA DA MOCIDADE PODE TER EX-GARI COMO RAINHA

Ana Pérola quer ser rainha de bateria da Mocidade
Ela foi gari, atriz e agora quer ser rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel. Ana Pérola, a Jéssica da série "Subúrbia", contou ao SRZD que está no páreo para ganhar o posto antes de Camila Silva, que deixou o cargo no último domingo, e porque deseja tanto estar a frente da bateria da verde e branca.
Amante do samba desde criança, Ana Pérola começou a frequentar as quadras acompanhada da tia até chegar à Mocidade, escola qual pertence há cinco anos. A agora atriz, aproveitou o tempo fora da telinha para investir no sonho de menina.
"É uma coisa apaixonante para mim. Eu não quero ser rainha de bateria por status, é uma coisa que sonhei desde criança", disse ela. "A rainha de bateria é muito mais que só sambar, ela faz com que as pessoas prestem atenção. E eu acho que está precisando de rainha de bateria que tem mais o estilo sambão", acrescenta Ana, que já está conversando com a Mocidade sobre o assunto.
Ana foi descoberta por um agente durante um horário de almoço enquanto era gari e seu único papel foi a funkeira Jéssica, que mudou a sua vida. Mas não ter emplacado na dramaturgia não abala a mulata que aproveita o tempo que tem dedicado ao samba também para se especializar.
"Eu aproveitei a minha oportunidade, mas estou me preparando melhor para não fazer nada de qualquer jeito. Então preciso conhecer mais, estudar, me aprofundar, para quando fazer outro papel, fazer legal", diz a atriz sobre não ter sido convidada para uma nova produção da "TV Globo".
Fazendo curso de teatro, Ana Pérola já foi convidada para atuar em uma produção, mas teve que recusar a proposta e espera que mais para frente consiga voltar a trabalhar como atriz, mas desta vez mais preparada.
"Eu não tenho pressa. Cada coisa tem o seu tempo. Deus vai me encaminhando pelo que ele acha que tem que ser. Eu faço algumas apresentações. Vou para Brasilia agora para um workshop sobre Subúrbia e sobre os subúrbios, o meio onde as pessoas vivem, estou com uma agência de moda também e vou gravar um comercial. Uma coisinha aqui outra ali, nada grande", conta ela.
Mas apesar de não caminhar a passos largos, Ana Pérola não está plenamente satisfeita com os pequenos trabalhos. Pouco a pouco, a atriz espera conseguir chegar em uma novela do horário nobre. E apesar da ambição, ela garante que a virada em sua vida, não mudou quem é. "Eu continuo sendo a mesma pessoa risonha, que fala com todo mundo, fala alto e não deixa de fazer nada porque as pessoas possam me ver um pouco diferente", finaliza.
Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/209215+ana+perola+quer+ser+rainha+de+bateria+da+mocidade por Thaiane Silveira

segunda-feira, 3 de junho de 2013

GARI QUE TRABALHA DE TERNO EM MINAS

'Terminado o serviço, é só alegria', diz gari que trabalha de terno em MG.
Com 26 anos de profissão, ele veste o traje social aos fins de semana. Além do terno, ele usa perfume para limpar as ruas de Cambuquira.
Seu Francisco Joaquim Ribeiro trabalha como gari da Prefeitura de Cambuquira (MG), mas seu uniforme é um pouco diferente: vaidoso, ele ajuda a manter as ruas da cidade limpas de terno e perfumado. O estilo único do Seu Francisco chama a atenção dos moradores e já tem funcionário até pensando em aderir ao uniforme original.
Com vassoura nas mãos e muito bom humor, Seu Francisco, de 58 anos, conta que trabalha há 26 anos como gari em Cambuquira, e a profissão o deixa cheio de orgulho. A dedicação ao trabalho é feita com carinho. “A gente chega de manhã e sabe os compromissos da gente. Já tem os trechos certos para a gente varrer”, conta ele.
Sempre dedicado, ele mesmo que faz seu principal instrumento de trabalho. “Eu mesmo que preparo minha vassourinha aqui. A gente vai lá e corta certo a cana da Índia, aí o tratorzinho vai lá e pega e a gente só amarra aqui na prefeitura”, explica ele como é feita a vassoura.
Seu Francisco trabalha com mais três colegas. De segunda a sexta, o traje é tradicional, mas nos fins de semana, o uniforme dá lugar a um completo conjunto social de terno e sapato. Ele explica: “Só final de semana, sábado e domingo, que aí, depois de terminado o serviço, é só alegria”, conta o gari.
O estilo social, claro, chama a atenção de todos que passam. “A primeira vez eu até estranhei, um senhor de terno e gravata, todo arrumado e varrendo a rua logo de manhã”, lembra o coordenador de recreação Marcos Celestino. “Mas agora a gente já está acostumado com ele aí. Ele é uma figura, uma pessoa maravilhosa”. O vigilante José Carlos Santos também admira o estilo do Seu Francisco. “Ele gosta e ele é assim mesmo. É divertido”, comenta.
Na casa do seu Francisco, o gari ‘estiloso’ faz questão de mostrar as opções que tem: várias calças, camisas e paletós. A escolha depende do dia e da ocasião. “Cada vez que eu vou sair, eu uso um diferente. Senão fica muito feio, é ruim ficar repetindo”, explica. Além do traje, o perfume é item essencial. “Perfume é tudo na minha vida, eu gosto de tomar banho, jogar perfume e sair cheiroso”, conta o gari.
E assim, perfumado, elegante, cheio de marra, é o seu Francisco. Tanto estilo, daqui uns tempos, quem sabe, será copiado pelos colegas de trabalho. “Mais pra frente pode ter alguém querendo seguir a minha carreira também (risos). A equipe, acho que iria ficar legal”, finaliza com senso de humor seu Francisco.
Fotos: Reprodução EPTV.

MURAL DO GARI